Psicoterapia

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O que é Psicoterapia?

É um processo conduzido por especialistas no qual o indivíduo amplia a consciência que tem de si mesmo, aprendendo com seus sintomas e se desenvolvendo como pessoa.

Os seres humanos, desde o seu nascimento, desenvolvem-se realizando suas potencialidades a medida em que se descobrem na relação com o outro. Por exemplo, uma criança desenvolve a fala a medida em que se relaciona com outros seres humanos que já a tenham desenvolvido.

A natureza fornece a potencialidade, porém essa potencialidade só é realizada a medida em que o indivíduo vai descobrindo suas possibilidades na troca com o outro e se enriquecendo com suas descobertas.

O outro funciona como um espelho no qual a pessoa pode se ver. Este é o processo natural de desenvolvimento humano e o espaço terapêutico é um espaço preparado para facilitar este movimento.

Psicoterapia, de um modo geral e simplificado, é todo tratamento no qual uma pessoa capacitada (psicólogo), utilizando-se de meios psicológicos, auxilia outra a resolver seus problemas. Esta ajuda é o resultado do empenho do paciente e da influência que o terapeuta exerce sobre este, valendo-se de intervenções verbais, comunicação não-verbal e de um ambiente psicoterápico estruturado.

Que elementos estão presentes na psicoterapia?

Relação paciente-terapeuta: esta relação é geralmente intensa, emocionalmente carregada, e de confiança no terapeuta. De um lado está o terapeuta, com sua competência, sua função de ajudador, seus conhecimentos científicos; do outro lado, o paciente, com seu sofrimento, suas questões sem respostas, sua dificuldade temporária para resolver seus problemas e conflitos, sua necessidade de ajuda, sua capacidade de cooperar com o terapeuta, e uma auto-estima que precisa ser melhorada.

Aceitação e apoio do paciente: o terapeuta parte sempre do principio de que seu paciente merece todo respeito e ajuda necessária, apesar dos sintomas e problemas que esteja apresentando. Esta aceitação incondicional da pessoa provoca por si só uma melhora na auto-estima.

Oportunidade de expressão de emoções: durante a terapia o paciente é encorajado a se dar conta e a expressar seus desejos, impulsos e sentimentos. Essa expressão em um ambiente de aceitação, além de produzir um alívio, permite que os aspectos vistos como maus possam ser aceitos e integrados. Reconhecê-los e expressá-los permitem ao paciente um senso de maior domínio, além da oportunidade de poder escolher novos caminhos e formas mais saudáveis e funcionais de se comportar ante a vida e ante as situações conflituosas.

Uma teoria ou explicação racional: existem diferentes correntes em psicoterapia. Cada corrente oferece uma explicação racional ou uma teoria sobre as causas dos sintomas ou comportamentos indesejáveis, e a forma como poderão ser modificadas. Todas as teorias psicológicas são igualmente válidas e eficazes. São formas diferentes de se olhar ou estudar um mesmo objeto: o ser humano e seu comportamento saudável ou patológico

O que a psicoterapia pode fazer pelo paciente?

A psicoterapia provoca uma mobilização dos sentimentos e seu desbloqueio, reduzindo as resistências e defesas, deixando o paciente mais sensível às mudanças. Este desbloqueio torna possível a expressão curadora do material reprimido (pensamentos, sentimentos negativos), que podem produzir um efeito intenso no momento em que é liberado, trazendo resultados benéficos ao paciente a longo prazo.

Novas habilidades cognitivas: em todo processo psicoterápico há uma maior ou menor aquisição e integração de novas percepções e novos padrões de pensamento e de autoconhecimento. Estes elementos racionais permitem a pessoa se reorganizar, se integrar e buscar mudanças; estabelece um novo equilibrio emocional e o autocontrole, uma vez que o paciente usa estas novas habilidades intelectuais para avaliar a si mesmo, as suas convicções, o ambiente que o cerca, seu próprio problema ou dificuldade, e a melhor estratégia de enfrentamento.

Mudanças no comportamento: na psicoterapia ocorre sempre algum tipo de aprendizagem sobre o próprio paciente e sobre a questão que este traz para a terapia. Consequentemente, ocorre uma modificação de seu comportamento ineficaz ou patológico e maior habilidade para agir adequadamente frente aos mesmos problemas ou a novos que surgirão. Tanto a aprendizagem quanto as mudanças são resultado das descobertas e da aplicação desse conhecimento adquirido ao longo da psicoterapia.

Processo e duração da psicoterapia: É importante dizer que a psicoterapia é um processo geralmente longo. Por processo entende-se que as mudanças desejadas acontecerão gradativamente, no tempo de cada paciente, de acordo com os acontecimentos ao longo da terapia. A psicoterapia não promete solução imediata ao sofrimento. Também porque o processo não é uniforme, ou seja, podem ocorrer avanços e retrocessos durante o processo.

A evolução do tratamento vai depender de muitos fatores; da história de vida do paciente, da complexidade da dificuldade, do envolvimento do paciente com seu tratamento, da capacidade cognitiva deste para entender-se e entender sua dificuldade (insight). Tudo isso varia de pessoa para pessoa.

Preço, local e horário: o psicólogo é um profissional e por isso cobra pelos seus serviços. Cada profissional tem a liberdade de estabelecer o preço dos encontros, e isso vai depender dos custos de manutenção e do valor que cada psicólogo atribui aos seus serviços e das condições financeiras do paciente para pagar seu tratamento.

A psicoterapia necessita de um ambiente fixo, acolhedor e confortável ao paciente. Por isso, o tratamento se faz geralmente em consultórios particulares, ou em salas específicas dentro de clínicas, postos de saúde ou hospitais. O ambiente é também terapêutico e faz parte do conjunto de itens do tratamento.

Outro aspecto fundamental diz respeito aos dias e horários das consultas. Cada paciente tem seu dia e horário das consultas agendado previamente. Isso permite ao terapeuta e ao cliente se organizarem. Saber quanto vai pagar, o dia e o horário de sua consulta também são fatores estruturantes da terapia. Isso oferece segurança, condições de organização pessoal, necessidade de disciplina e comprometimento do paciente com seu tratamento.

 

Bibliografia: Cordioli, Aristides: psicoterapias: abordagens atuais. Porto Alegre, 1993

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